The Gardens Between - R$7

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The Gardens Between - R$7

Deletado734113
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nov 2020
Algumas histórias não precisam de palavras para serem contadas. Algumas destas, aliás, nos tocam muito mais profundamente do que outras que recorrem ao uso da linguagem falada e/ou escrita. Este é o caso de The Gardens Between, título do estúdio australiano The Voxel Agents que foi lançado durante esta semana no Steam e também para Nintendo Switch e PlayStation 4.

O jogo nos coloca em contato com dois amigos, Arina e Frendt, dois amigos que relembram, aos poucos e em uma espécie de viagem para outra dimensão repleta de ilhas que englobam jardins surreais, momentos de sua infância que, de alguma maneira, significam muito para os dois.

O jogo é poesia pura, e também dotado de puzzles que fazem uso de uma mecânica de manipulação do tempo verdadeiramente soberba. No game, você controla não apenas os dois protagonistas, ao mesmo tempo, mas também, e principalmente, o tempo.

Os controles são simples: basicamente você utiliza o analógico esquerdo para avançar/movimentar os dois personagens, para frente ou para trás (o que implica no avanço ou no retrocesso do tempo) e o botão “A” para interação.

A mecânica pode parecer um tanto quanto complicada a princípio, mas não é. Na verdade, controlamos diretamente o tempo, ao movimentar os personagens, avançando e retrocedendo, ao mesmo tempo em que observamos elementos do próprio cenário reagindo de acordo com a lógica do momento: gotas d’água caem ou são recolhidas em torneiras abertas, blocos caem desordenadamente ou retornam à sua posição de origem, formando elementos mais elaborados, cursos de rio fluem naturalmente ou então retrocedem, esqueletos de dinossauros são destruídos ou reconstruídos, e assim por diante. Tudo paulatinamente, conforme movimentamos Arina e Frendt, para frente ou para trás.

Vale ressaltar que os dois amigos nem sempre caminham ao mesmo tempo. Eles podem também tomar rumos distintos, e enquanto um deles é capaz de interagir com elementos presentes no cenário que possibilitam um controle mais direto sobre o tempo, o outro carrega uma lanterna que é capaz de atrair orbes luminosos necessários à ativação de diversos mecanismos e portais espalhados pelas ilhas.

O objetivo em cada uma das ilhas é chegar ao topo, local onde um dos protagonistas deve então posicionar o orbe luminoso que carrega consigo para que algum momento do passado de ambos seja relembrado. É assim, por exemplo, que visualizamos diversas de suas experiências, como por exemplo uma visita a um museu, a observação de um cometa, etc.

Os cenários do jogo, além disso, estão repletos de elementos que fizeram parte do passado dos dois amigos, e ao longo da jornada iremos nos deparar com vários deles, como por exemplo controles de videogames, televisores, fones de ouvido, walkmans, baldes de pipoca, litros de refrigerantes, videocassetes, e por aí vai.

Tais elementos, aliás, geralmente fazem parte dos puzzles que temos de resolver, como por exemplo a fita VHS que deve ser ejetada (através da manipulação de um controle remoto) de um velho videocassete de forma tal a formar uma ponte através da qual os dois possam passar.

Os puzzles em The Gardens Between são bastante criativos, todos eles fazendo uso da mecânica de manipulação do tempo. Fato é, entretanto, que a aventura pode se tornar repetitiva ao longo das 19 fases/ilhas que compõem o jogo, dada a necessidade constante de retornarmos a pontos anteriores para alinhar corretamente os elementos componentes dos quebra-cabeças.

Além disso, aquilo que começa de forma simples e relaxante aos poucos pode se transformar em um conjunto de intrincados puzzles, contendo mais de uma linha temporal. Jogadores mais ansiosos e/ou com pouca paciência podem se sentir incomodados com as idas e vindas constantes, e até mesmo abandonarem a aventura pelo meio, o que é uma pena, pois o jogo guarda surpresas interessantíssimas e comoventes.

Arina e Frendt compartilham um passado em comum que vai aos poucos sendo apresentado ao jogador, incluindo cenas adicionais que mostram ambos em momentos felizes, totalmente despreocupados e alheios ao futuro, futuro este que guarda uma surpresa nada agradável em relação à amizade dos dois.

A poesia do jogo está imbuída nas ilhas que ostentam detalhes importantes de um passado que jamais será esquecido. Na trilha sonora cativante e inspiradora, que ajuda a imergir o jogador ainda mais no conjunto de sensações que o jogo transmite em todos os momentos. Nas paisagens surreais porém repletas de singeleza, remetendo a acontecimentos vividos com intensidade. Na sutileza de um passado que é apenas sugerido, e não empurrado goela abaixo do jogador. Na delicadeza do próprio conjunto como um todo, desprovido de mortes, de violência, de sustos.

The Gardens Between nos coloca em contato com um conjunto de momentos que vale a pena ser vivido, experimentado, degustado com deleite. A manipulação do tempo é, ela própria, uma representação simbólica das idas e vindas desta nossa vida caótica e muitas vezes desprovida de sentido, uma maneira do título da The Voxel Agents nos mostrar que há sempre tempo para nos divertirmos, para amarmos, para brincarmos, para sermos felizes.

Se na vida real somos escravos de um senhor inclemente que caminha e nos arrasta consigo em uma única e muitas vezes assustadora direção, no jogo podemos ir e vir ao nosso bel prazer, viajando no tempo e vislumbrando, mesmo que de relance, trechos que podem ter passado despercebidos durante uma primeira observação.

Somos ali controladores e espectadores, ao mesmo tempo, de algo que transcende aquelas pequenas e belíssimas ilhas. Somos senhores de nosso próprio destino, inseridos em uma realidade sublime que dispensa palavras e explicações.

O jogo também conta com elementos que sugam a luz de nossa lanterna, o que pode frustrar nossos planos durante a resolução dos puzzles. É aí que entram em cena determinados elementos interativos presentes no cenário, os quais permitem que manipulemos determinados blocos capazes de transportar a luz para diferentes locais, fugindo assim dos tais “buracos ♥♥♥♥♥♥” famintos. Isto sempre através do avanço e do retrocesso do tempo, que fique bem claro.

Uma névoa roxa também se faz presente em diversos momentos, e apesar de muitas vezes ela funcionar como ponte, permitindo que os dois meninos atravessem determinados trechos, em alguns momentos ela pode simplesmente impedir o nosso avanço, situação em que temos, então, de pensar com cuidado e realizar as devidas “viagens de ida e vinda” a fim de obter a luz novamente, pois ela afugenta tal elemento (a névoa roxa).

Em The Gardens Between é preciso prestar muita atenção a tudo aquilo que nos rodeia. Muitos elementos não estão presentes nos cenários apenas para enfeite, e isto inclui um saudoso walkman que pode ser manipulado e ajudar na resolução de um determinado puzzle (podemos trocar de faixa em seu rádio). Cada pequeno detalhe, por mais insignificante que possa parecer, deve ser sempre observado com cuidado, pois ele pode guardar a chave para o progresso, o elo faltante na corrente que nos puxará para o topo da ilha, onde o orbe luminoso deve ser corretamente posicionado para que a fase em questão seja vencida.

De vez em quando, vale também a pena destacar, a ordem em que os dois amigos caminham é alterada. Um ou outro pode assumir a dianteira, de forma tal a proporcionar a formação adequada tendo em vista o puzzle que temos pela frente. Em certos momentos, aliás, os dois podem permanecer bem distantes um do outro. São momentos em que somos obrigados a controlar apenas um deles a fim de resolver algum problema que está impedindo o outro de prosseguir, de nos acompanhar.
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