Sinceramente, não sei como começar a falar desse jogo, acho importante ressaltar que Spec Ops: The Line NÃO É um jogo sobre heróis americanos que chegam e salvam tudo, muito menos um jogo sobre heróis. Definitivamente esse jogo não é sobre isso. Spec Ops: The Line fala sobre a devastação e o medo que uma guerra traz, fala sobre tomar decisões difíceis em situações extremamente tensas e principalmente, as consequências das suas decisões, às vezes você não tem escolha.

Falando em gráficos, pra um jogo de 2012 ele é bem bonito, realista, consegue passar o clima árido de Dubai com maestria. A iluminação é muito bem feita, os raios solares refletem de uma forma incrível. Minha única reclamação é que em algumas cutsenes ficam meio pixeladas, parecendo que foram renderizadas de uma forma meio tosca.

A jogabilidade em partes é um ponto negativo, já que o sistema de cover do jogo é bem ruim, já que em alguns momentos que daria pra passar tranquilamente pra outra proteção sem tomar dano você tem que levantar pra ir para a outra (é bem esquisito). Mas essa parte eu perdoo já que o jogo é de 2012, e algumas vezes me peguei comparando o sistema de cover com o de The Divison, o que não faz sentido já que Spec Ops foi lançado anos antes kkkkk. Tirando isso a jogabilidade é boa.

O jogo possui conquistas relacionadas à campanha, "desafios" (como por exemplo matar 350 inimigos com qualquer rifle), e conquistas relacionadas às suas escolhas, e não é possível pegar elas na primeira vez que você joga, já que você as consegue só depois do checkpoint.

Um ponto ruim do jogo é que ele não tem legendas em PT-BR, então se você não entende inglês muito bem provavelmente a história passará um pouco batida. Mas isso pode ser resolvido com a tradução da Tribo Gamer, que não é das melhores e muitas das legendas ficam bugadas, mas melhor que nada.

A trilha sonora é INSANA, o rock que toca é muito frenético, uma das melhores músicas que eu já ouvi. E na tela inicial é tocada a famosa música "Amazing Grace", que é tocada muitas vezes em funerais de ex-militares que partiram.

Deixei pra falar da campanha por último, já que tem bastante coisa. A campanha é toda linear, o game não possui minimapa ou coisas do tipo, a cada capítulo você passa por locais diferentes e o tiroteio come solto. Me lembrou bastante Uncharted. São 4 finais, mas eu só fiz um deles, no futuro pretendo fazer todos, mas ainda tem muita coisa pra digerir. Como eu disse anteriormente, Spec Ops: The Line não é um jogo sobre vilões e mocinhos, e o jogo deixa isso escancarado na sua cara durante o decorrer da história, no começo você até pensa que você está controlando os caras do bem e que tudo vai sair bem no fim, pois bem, meu amigo, você está extremamente enganado. Sua moralidade é posta a prova, escolher quem deve morrer e quem deve viver, escolher mostrar misericórdia ou não, escolher obedecer a um estranho ou recusar suas ordens e receber as consequências, escolher virar refém da sua mente ou simplesmente dar um fim aquilo. A cena que mais me impactou durante a campanha inteira foi Não vou contar a cena inteira, você vai ter que jogar pra ver o que acontece, mas te garanto, é bem pesado e mexe com você.
O final que eu fiz simplesmente me deixou de boca aberta, nunca imaginei que iria acontecer aquilo (não vou contar, jogue o jogo), ainda não acredito no que vi.

Spec Ops: The Line vale o seu dinheiro?

Sem pensar duas vezes afirmo que sim, vale seu dinheiro. Mas o fato da campanha do jogo ser um pouco curta (6-8 horas pra terminar, se você optar por fazer só um final) e de não ter legendas PT-BR impedem de eu recomendar o game a full-price, então espere por uma promoção e pegue o jogo por R$ 8,99.
Mas no geral, se você quer um jogo fora do comum, onde o clichê é quase inexistente, você vai adorar esse.

9/10